O Entroncamento é cidade e sede de concelho. Com 13,8 quilómetros quadrados e 20.141 habitantes (Censos 2021), localiza-se no Vale do Tejo e pertence à Região Centro, sub-região do Médio Tejo. Situado no centro do Ribatejo, beneficia da sua inserção geoestratégica na região do Vale do Tejo e de boas acessibilidades ferroviárias e rodoviárias. Tem duas freguesias, uma de cada lado da linha férrea que atravessa o concelho. Confina com o concelho da Golegã a sul, com o de Torres Novas a poente e a norte, e com o concelho de Vila Nova da Barquinha a nascente. Dista 7 km de Torres Novas, 19 km de Tomar, 43 km de Santarém e 120 km de Lisboa.
A cidade nasceu em meados do séc. XIX, com os alvores da construção ferroviária, e começou por ser uma simples estação de caminhos-de-ferro. Por perto existiam dois lugarejos de poucos habitantes, onde se estabeleceram os primeiros trabalhadores. Os técnicos eram, na sua maior parte, estrangeiros. A mão-de-obra veio, numa primeira fase, de diversos pontos do país, tendo depois acentuado o fluxo de trabalhadores vindos da Beira Baixa e Alentejo.
O nome da cidade deriva do entroncamento ferroviário que aqui se formou, com a união das linhas do norte e do leste. Serviu durante décadas como ponto de paragem obrigatória para quem mudava de linha quando o comboio era o meio de transporte mais utilizado. Nesse tempo, muitos viajantes ilustres vindos da Europa pela Linha do Leste, ou fazendo o percurso inverso, almoçaram ou jantaram no restaurante da estação.
Foram vários os escritores referiram o Entroncamento nas suas obras literárias. Destaque para nomes como Hans Christian Andersen, Ramalho Ortigão, Eça de Queiroz, entre outros.
A sua estação conheceu figuras da política, desde a realeza até ao pós-25 de Abril. Assistiu, em 1915, ao atentado a João Chagas, político e jornalista, que seguia para Lisboa para assumir a direção de um novo governo, após a ditadura do general Pimenta de Castro.
A pequena aldeia foi crescendo graças ao desenvolvimento dos transportes ferroviários e às respetivas estruturas de apoio aqui construídas – oficinas e escritórios. A instalação de aquartelamentos militares, a partir de 1916, determinada pela situação geográfica e as acessibilidades ferroviárias, aumentou ainda mais a importância estratégica deste lugar em pleno desenvolvimento e aumentou também a sua população.
Nos anos quarenta do século XX, o Entroncamento era, depois do Barreiro, o segundo meio operário do país, representando o operariado mais de metade da sua população. A CP dotara a povoação de uma série de estruturas de apoio social, de uma dimensão talvez única a nível nacional, criando bairros para os empregados, uma escola, um armazém de víveres, um dispensário antituberculoso que funcionava como um centro de saúde, e ainda fomentava atividades desportivas. Paralelamente, com a evolução das tecnologias e o desenvolvimento das atividades ferroviárias, foi expandindo a sua área oficinal e reforçando a formação de pessoal, que teve o seu ponto alto na criação de um centro de formação, hoje designado por FERNAVE, um enorme edifício criado de raíz para estas funções, que albergou o Instituto Superior de Transportes.
A partir dos anos setenta, devido a alterações conjunturais ditadas pela história e pelo passar do tempo, esta situação inverteu-se. Com a gradual substituição da tração a vapor pelo equipamento diesel e elétrico e a introdução de novas tecnologias, assistiu-se à diminuição da mão-de-obra e à implementação de novas profissões, surgiram outros centros de interesse e de atividade profissional. Hoje, o Entroncamento ainda tem muitos residentes ligados profissionalmente aos caminhos-de-ferro, mas sem a dimensão do passado. As principais atividades económicas do concelho são agora o comércio e serviços, e indústrias ligadas à construção civil.
De interesse face à história do concelho é o recente Museu Nacional Ferroviário Armando Ginestal Machado. Não deixe, no entanto, de visitar as igrejas e capelas que fazem parte do património arquitetónico.
Fonte: Câmara Municipal do Entroncamento