Com mais de oito séculos de existência, a Vila de Góis está situada a cerca de 40Km de Coimbra, num vale estreito e profundo, o Vale do Ceira, encravado entre as serras do Carvalhal e do Rabadão.
A atual povoação da Vila de Góis deverá remontar ao período da Reconquista, sendo que o século XVI corresponde ao período áureo da história de Góis, associado ao nome de D. Luís, que mandou edificar uma série de edifícios e criar obras de arte que ainda hoje podem ser apreciadas, das quais se destacam a capela-mor da igreja Matriz, a capela do Castelo e a ponte real de três arcos, um dos ex-libris da vila.
No século XVIII, o desenvolvimento industrial, com a instalação das fábricas de papel na Lousã e em Góis, vêm dar nova vida a um concelho predominantemente silvícola e rural, caracterizado por uma agricultura e pastorícia de subsistência, que persistem na atualidade, complementadas com outras atividades económicas. Na zona industrial, criada recentemente, encontramos, por exemplo, fábricas de alumínio, de cerâmica, de candeeiros, de mármores e uma serralharia. A atividade artesanal ainda tem alguma expressão, destacando-se o trabalho em estanho, as miniaturas de alfaias agrícolas, as colheres de pau, as casas de xisto, as tapeçarias e os bordados.
O indubitável isolamento geográfico Góis, característico do interior do nosso país, é acentuado ainda mais pelas características geográficas de zonas de montanha e pela débil rede viária e de transportes, e originou um povoamento disperso e com tendência a decrescer em termos de população.
O Vale do Ceira atravessa a quase totalidade do concelho de Góis, que se encontra delimitado e separado da Beira Serra Interior pelas serras da Lousã e do Açor, desenvolvendo-se numa vasta área territorial com cerca de 276km2. O relevo do concelho é muito acidentado, destacando-se as elevações da Serra da Neve, que atinge os 1131m, e da Serra do Penedo, vulgarmente designada por Penedos de Góis. Aqui pode desfrutar do melhor que os miradouros naturais do centro do país têm para oferecer. O principal rio da região é o Ceira, afluente do Mondego que corre pelo Concelho e pela Vila de Góis. Outros cursos de água a destacar são o Rio Sótão, que nasce na Serra da Neve, e as ribeiras de Ádela, da Roda, de Unhais, de Méga, da Foz e de Celavisa.
No Vale do Ceira pode, assim, apreciar-se uma bela e encantadora paisagem natural, com a predominância do elemento água, e de montanhas contrastantes, que rodeiam a área urbana da Vila. Essa paisagem constitui, desde épocas remotas, o maior potencial endógeno do concelho. Na área mais aplanada, próxima dos cursos fluviais, os campos férteis são propícios à exploração agrícola. Nas zonas mais acidentadas pelo relevo, a população dedica-se, essencialmente, à exploração agro-pecuária e florestal. Os habitantes da serra, adaptando-se às escarpas do terreno, criaram muros de sustentação de terras, redes de distribuição de água para rega e outras estruturas de apoio, como lagares, moinhos e pontes, que ainda hoje se encontram em uso, em muitas zonas do concelho.
O enorme potencial ambiental da região poderá ser apreciado no âmbito do turismo e das atividades de lazer, complementado pelos elementos arqueológicos e patrimoniais construídos, com destaque para as Aldeias do Xisto - Aigra Nova, Aigra Velha, Comareira e Pena.
As aldeias do xisto de Góis são povoações peculiares, não só pela fisionomia dos lugares, mas também pela tipologia de construção, em que o xisto está omnipresente, conservando uma imagem rural e uma vivência singulares. A sua interessante arquitetura, de cariz popular, preserva, ainda hoje, as características e materiais de construção originais.
Já no centro histórico de Góis encontram-se a fonte do pombal e a cisterna com os azulejos hispano-árabes do séc. XVI. Um pouco mais acima, poderá visitar o conjunto arquitetónico formado pela Igreja Matriz e o túmulo de D. Luís da Silveira.
Num concelho onde a tradição e os festejos culturais são típicos, aproveite um dos eventos anuais para provar as iguarias gastronómicas de Góis: um queijo de cabra ou ovelha, ou broa de milho barrada com mel de urze. Não deixe de saborear a sopa de castanhas, o cabrito assado, a chanfana, o bucho recheado e a tibornada, pratos típicos desta região. Para terminar, delicie-se com um arroz doce.
Para recordação, poderá levar o bolo doce de Góis ou adquirir amostras do trabalho artesanal das gentes do conelho: miniaturas de alfaias agrícolas, casas de xisto ou de cortiços com potinhos de mel no interior. Poderá ainda encontrar trabalhos contemporâneos em lã, bordados e rendas, assim como as mantas de retalhos.
Fonte: Câmara Municipal de Góis