Os mais antigos vestígios arqueológicos do concelho testemunham a presença do homem na região desde o período da ocupação romana da Península Ibérica. Sabemos hoje também que na Serra e no Vale do Ceira houve nesses tempos explorações auríferas importantes.
A origem da Lousã faz-nos recuar até ao tempo do domínio muçulmano, quando um rei ou emir de nome Arunce teria fundado o castelo para proteger a sua filha Peralta, enquanto ele se encontrasse em campanha no Norte de África. Coimbra era, nessa época um importante centro moçárabe, com uma cultura viva e uma atividade económica bem mais desenvolvida que a das outras povoações a norte do atual território português.
Foi no século XVIII que a Lousã mais prosperou, passando de uma modesta e incaracterística vila a uma florescente povoação, com ruas ladeadas de novas edificações de bom traçado, onde viviam as famílias nobres. A criação local da indústria do papel, o Engenho de Papel do Penedo, e os seus produtos daqui saídos eram de tal qualidade, que forneciam a prestigiada tipografia da Companhia de Jesus de Coimbra, clientes aos quais se juntaram a Tipografia Académica e a Casa da Moeda.
Outras indústrias que se implantaram no concelho foram a da fiação e a produção de energia, contribuiram para a criação moagens, licores, serrações, serralharias e diversas outras indústrias, que diversificaram a vocação agrícola do concelho, em detrimento do setor primário. A emigração e a imigração para Lisboa, trouxeram à Lousã uma nova perspetiva em desenvolvimento em várias áreas.
A área do concelho tem variado consideravelmente. A vila tradicional circunscrevia-se a umas quantas ruas, em torno do largo da velha e desaparecida Matriz, dos Paços do Concelho e Tribunal. Nas últimas décadas, o espaço ocupado pela Vila quase duplicou, ganhando novas áreas, sempre desafogadas e de correto traçado, onde se edificaram os modernos bairros habitacionais, estabelecimentos de ensino primário e secundário, o quartel dos bombeiros, o novo palácio da justiça entre outras infraestruturas e equipamentos necessários aos habitantes e visitantes da Lousã.
As relações funcionais que se observam entre os diversos municípios deste território e, em especial, com Coimbra, ajudam a compreender a evolução demográfica e económica recente do concelho. Na economia predominam as atividades relacionadas com os sectores terciário e secundário. As atividades agrícolas estão agora associadas maioritariamente ao auto-consumo. Salientam-se como atividades responsáveis pela dinâmica económica a transformação de papel, os componentes elétricos, o azeite e os vinhos e licores. No que respeita às atividades terciárias, destacam-se os serviços e o comércio.
O turismo contribui fortemente para o desenvolvimento do município com um forte fluxo de visitantes, quer considerando a Serra da Lousã e as Aldeias de Xisto, quer o rico e variado património histórico, arqueológico, arquitetónico e natural. Fruto do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em parceria entre o município e entidades privadas, a Lousã tem vindo a consolidar-se como destino de referência para o Turismo de Natureza, Aventura e Cultural, existindouma oferta diversificada que abrange ainda uma rede de percursos pedestres, três praias fluviais, circuitos de BTT, trail e downhill, o conjunto composto pelo castelo da Lousã, pelo centro histórico e pelas casas brasonadas, assim como dois museus municipais.
A Serra da Lousã pela variedade e extrema riqueza da sua fauna e flora, insere-se na Rede Natura, uma rede europeia de sítios protegidos que assegura a biodiversidade, conservando e restabelecendo habitats naturais, plantas e animais selvagens de forma a manter as características típicas dos locais. Inclui-se ainda na Reserva Ecológica Nacional, uma estrutura biofísica e diversificada que, através do condicionamento à utilização de áreas com características ecológicas específicas, garante a protecção de ecossistemas e a permanência e intensificação dos processos biológicos indispensáveis ao enquadramento equilibrado das atividades humanas.
O Concelho da Lousã é rico em tradições culturais, gastronómicas e de ofícios que são mantidos e preservados quer através da produção de artesanato, quer da inovação comercial que os empreendedores do concelho dão a produtos tradicionais. Os novos usos e usufrutos de velhos costumes revelam-se como oportunidades de negócio, pela genuinidade e autenticidade dos produtos regionais.
Ao nível do Artesanato destaca-se a cestaria, trabalhos em xisto, cerâmica, bordados, bijuteria, trabalhos em papel e trabalhos em madeira. No que diz respeito aos produtos tradicionais, destacam-se os licores - nomeadamente o Licor Beirão, - os vinhos - com destaque para os Vinhos da Quinta de Foz de Arouce - a doçaria, o mel DOP Serra da Lousã e os enchidos.
A Lousã liga a Coimbra através da EN 17, fazendo-se o percurso em pouco mais de 25 minutos. Tem também acesso ao IC 6 e IC 7 bem como à auto-estrada A1 Lisboa-Porto.A variante de Foz de Arouce permite a ligação da Lousã à EN17, de forma mais rápida, segura e cómoda. De assinalar a EN342 - entre Miranda do Corvo e Lousã, que assumiu ainda mais importância com o cruzamento com o IC3 (que tem início em Tomar), assim como a A13, na zona de Lamas - Miranda do Corvo e com o eventual prolongamento da EN342 ao IC6 (Lousã - Góis - Arganil - Coja - IC6). Estas ligações dotam o concelho de maior acessibilidade e centralidade.
Fonte: Câmara Municipal da Lousã