Embora as evidências arqueológicas apontem para uma ocupação muito anterior, a primeira referência a Miranda do Corvo num documento data de finais de século X, e atesta a existência de uma estrutura militar, ao fazer referência a uma torre. Sabe-se hoje que houve ocupação em Vila Nova na época pré-história e em Chão de Lamas na proto-história. O povoado de Miranda do Corvo terá surgido em torno do castelo. Daqui era possível vigiar e defender duas importantes vias de comunicação: a antiga via romana que passava por Corvo e ligava Sellium (Tomar) a Aeminium (Coimbra) e a via que ligava o interior da Península ao Ocidente, a via Colimbriana.
A terceira invasão francesa trouxe protagonismo ao concelho. Pela sua localização na linha estratégica de movimento dos exércitos, foi palco de parte do combate de Casal Novo, na freguesia de Lamas. As consequências da guerra fizeram-se sentir no concelho de forma muito significativa, com a carestia de géneros, a destruição e os campos estéreis, em parte devido à política de terra queimada, e pela grande epidemia que assolou as freguesias durante os meses seguintes.
O centro histórico de Miranda do Corvo é um núcleo coeso que mantém a sua coerência enquanto coração vibrante a partir do qual se desenvolveu a vila. O velho casario, apesar de ter sofrido as agruras do tempo, mantém a sua integridade, resistindo assim às agressões da vida moderna. Relacionando-se com o rio e a encosta, as construções foram surgindo viradas para o sol e encaminhando-nos para o topo onde se encontra a Igreja Matriz, Torre e Cristo-Rei, onde se localizava o castelo.
Miranda do Corvo é um dos cinco concelhos abrangidos pela Serra da Lousã, caracterizada por espaços naturais de enorme riqueza. A diversidade de paisagens é imensa, e este território situado entre dois rios – o Ceira e o Zêzere – é o ponto de encontro da vegetação Atlântica e Mediterrânica, criando uma beleza digna de nota e, claro, de visita.
Integradas nesta paisagem natural surgem as típicas Aldeias do Xisto, representadas na zona por Gondramaz, Talasnal e Candal. Estas aldeias são a porta de entrada para um território com uma variada oferta de turismo e lazer em íntimo contacto com a natureza e com as tradições culturais da região.
Uma rede de percursos permite a visita a pé ou de bicicleta proporcionando diferentes experiências, para aqueles que preferem explorar este território que integra a Rede Natura. Para os amantes de BTT existe uma oferta de trilhos com vários níveis de dificuldade, ancorados nos Centros de BTT, autênticas estações de serviço em regime de self-service adaptadas aos praticantes da modalidade. Durante o Verão, a rede de praias fluviais permite momentos refrescantes e tranquilos nas mais puras águas do país.
Ainda para visitar, existe um vasto património histórico, desde ruínas pré-históricas a religiosas, como o Convento de Santa Maria de Semide, ocupado por freiras e no qual têm origem as Rendas de Semide, tradicionais na região.
A nível de artesanato, o destaque vai para a olaria, a tecelagem, a cestaria, a latoaria e as esculturas em xisto.
A gastronomia do concelho é também variada. Destacam-se os pratos de carne como a chanfana, a sopa de casamento, o bucho, o chispe, os negalhos e o sarrabulho. A nível de doçaria, destacam-se as nabadas e as súplicas, com origem no Mosteiro de Santa Maria de Semide.
Fonte: Câmara Municipal de Miranda do Corvo