Terra de pescadores desde o século XII, era denominada Seno Petronero, que significa Golfo da Pederneira. Situava-se, nessa época, mais para o interior e era a pesca na Lagoa a fonte económica da vila. O seu desenvolvimento ao longo dos séculos fez com que fosse um dos mais importantes portos de mar dos Coutos do Mosteiro de Alcobaça. Sede de concelho, a Pederneira era, a seguir a Alcobaça, a vila mais populosa e produtiva dos domínios de Cister.
A praia da Nazaré é de ocupação humana relativamente recente, sendo que as primeiras referências sobre a pesca no concelho datam de 1643. No entanto, só no início de oitocentos é que a população começou a fixar-se no areal. O desenvolvimento do Sítio e o progressivo afastamento do mar, devido ao assoreamento da Lagoa e ao aparecimento da nova praia, levaram à decadência da Pederneira, em finais de setecentos.
Os pescadores locais habitavam, sobretudo, nas partes altas – Sítio e Pederneira – dado que os constantes ataques dos piratas argelinos e holandeses tornavam o areal pouco seguro. Só no séc. XIX, após as invasões francesas, é que se reuniram condições de segurança necessárias à fixação dos pescadores junto à praia.
A Nazaré passou a ser conhecida e procurada como praia de banhos em meados do século XIX. A suas características singulares sempre foram um atrativo para os visitantes do município. A pesca, a transformação do pescado e a sua venda foram, ao longo de quase todo o século XX, as principais atividades económicas da população. As condições adversas da vida do mar levaram muitos pescadores a procurarem uma vida melhor noutras paragens. A construção do Porto de Pesca e Recreio, no início da década de 80, veio alterar e melhorar a vida dos pescadores, iniciando uma nova fase no quotidiano da vila. Na década de 60, o turismo descobriu o encanto desta vila e a Nazaré começou a ser conhecida internacionalmente.
Atualmente sede do Município, esta vila fascina pela forma de receber, pelo casario branco e pelo traje tradicional - as sete saias, reflexo de aspectos culturais locais, e por uma paisagem marítima inigualável. A Nazaré mantém-se como um dos destinos turísticos preferidos de portugueses e estrangeiros, e como um dos locais mais fotografados do país. Acompanhou o tempo, modernizando-se, mas manteve muitas das suas tradições. A visita dos peregrinos ao Santuário Mariano de Nossa Senhora da Nazaré, o Forte de S. Miguel Arcanjo e o Farol, são algumas das maiores atrações edificadas locais.
Algumas das freguesias do concelho mantêm atividades económicas mais rurais como forma de subsistência. São, no entanto, detentoras de paisagens de igual beleza e de património digno de visita, como são os casos da Quinta do Campo ou a Estação de Caminhos-de-Ferro, a Igreja de S. Gião ou as Pegadas de Dinossauros.Visitada anualmente por milhares de turistas nacionais e internacionais, a Nazaré é hoje uma vila moderna e sempre animada. Percorrer as suas ruas estreitas e perpendiculares ao mar, é descobrir um modo de vida peculiar e autêntico, onde as surpresas espreitam em cada esquina. Beleza, memórias, charme e tradições fazem desta a mais inesquecível praia de Portugal.
Palco de passagem de pessoas ilustres do desporto, cinema, televisão, música e outras artes, a Nazaré, ainda hoje, é uma musa inspiradora para quem aqui passa. O mar mantém-se uma forte fonte de inspiração e de criatividade na arte de construção naval, na navegação, na pesca, no artesanato, no folclore, no traje, na pintura, no desenho, na fotografia, no cinema, no teatro, na literatura e lazer.
A sua maior atração e ponto alto turístico, quer balnear, quer desportivo são as mundialmente conhecidas ondas, formadas no chamado Canhão da Nazaré e celebrizadas por atletas como Garrett McNamara e Sebastian Steudtner.
Fonte: Câmara Municipal da Nazaré