Óbidos é uma vila histórica situada a cerca de 15 minutos das Caldas da Rainha, com uma densidade populacional de 11.922 habitantes, segundo os censos de 2021. Também conhecida como Cidade Literária ou Vila Natal, recebe estas denominações fruto da criatividade e graças aos prolongados eventos que aqui têm palco ao longo de todo o ano, aliados ao facto de ser uma vila repleta de história e de cultura, com um encanto e um ambiente propícios a momentos especiais em família.
Habitada desde a época do Paleolítico Inferior, a zona de Óbidos sempre se mostrou apelativa ao homem. Os primeiros sinais de uma ocupação mais organizada correspondem ao povo Celta, num castro voltado a poente, cuja fundação terá ocorido por volta de 308 a.C.. Sabe-se que houve tentativa de conquista por parte dos Fenícios que, ao fracassar, travaram comércio com o povo que dominava a região. No século I d.C., no entanto, as defesas celtas falharam perante os Romanos, que tomaram a vila através da água da lagoa que banhava o castelo nessa altura.
Após o declínio do Império romano, foram os Visigodos que se instalaram na zona, após a sua conquista. No século VIII foram os Mouros que tomaram a vila, onde construiram um castelo para se defender das forças vindas de norte. Aqui, desenvolveram áreas como as ciências. A 11 de Janeiro de 1148, D. Afonso Henriques toma Óbidos aos Mouros. A vila fez ainda parte do pentágono defensivo estratégico idealizado pelos Templários.
Casa das Rainhas de Portugal, foram muitas as rainhas que por ali passaram e contribuíram para o desenvolvimento da vila. D. Catarina, por exemplo, mandou edificar o aqueduto e chafarizes pela vila. O terramoto de 1755 fez-se sentir com grande intensidade, tendo várias partes da muralha, alguns templos e edifícios cedido.
A região de Óbidos foi ainda palco de várias batalhas da guerra peninsular contra os franceses. Já em 1973, num diferente contexto, Óbidos foi palco de uma das reuniões que levaram ao Movimento dos Capitães, na Sede da Sociedade Musical Recreativa Obidense, que desencadeou a revolução de 25 de Abril de 1974.
A cerâmica é um produto tradicional da região, e neste campo, destaca-se a artista Josefa de Óbidos que, para além da pintura, dirigiu ainda uma oficina de cerâmica artística que influenciou em grande escala as tipologias de cerâmica que na vila se produziam. Sobressaem também os trabalhos em verga, os cestos em vime, verga de cerâmica, olaria tradicional, miniaturas, mantas de retalhos e trapos, azulejaria e bordados.
Atualmente, com o recuar da lagoa, Óbidos localiza-se a vários quilómetros do mar e é cede de um município com 141.56km2. As principais atividades económicas que aqui se praticam são o turismo, a agricultura e o comércio. Na agricultura, destacam-se a produção de fruta, produtos hostículas e vinha. No concelho, as indústrias dominantes são as alimentares, de bebibas, proteção civil, têxtil (vestuário e calçado), imobiliário e a extrativa. Dependentes da lagoa, existem ainda a pesca e a apanha de moluscos bivalves.
No que diz respeito à gastronomia, o grande destaque vai para a Ginja de Óbidos, bebida em copo de chocolate. Mas também para a caldeirada de peixe da Lagoa de Óbidos, as enguias fritas e o ensopado. Na doçaria imperam os doces conventuais como a lampreia das Gaeiras, os alcaides ou os pastéis de Moura.
A Lagoa de Óbidos, que divide os concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos, é local de prática de desportos aquáticos ao longo de todo o ano. Aqui poderá desfrutar de momentos relaxantes e de lazer enquanto pratica vela, windsurf, canoagem, remo, kiteboard, jet ski, ski náutico, stand up e paddleboarding.
A apenas 80km de Lisboa, o concelho dispõe de duas principais autoestradas de acesso, a A8 e a A15, que facilitam a deslocação de pessoas e bens. Outras formas de deslocação da cidade são a Estação de Comboios, localizada no exterior da vila, e de autocarro.
Veja a entrevista de Humberto Marques, presidente do Município de Óbidos.