Oleiros, a vila que sobrevive desde tempos medievais, é testemunho de um passado que importa ainda reconstituir, documentar, delimitar e lembrar.
Etimologicamente, o termo Oleiros parece derivar da palavra latina ollarium, que significa "o fabricante ou negociante de panelas de barro". Apesar de não haver vestígios da existência de oficinas artesanais, existem em abundância espécies de barro greda argila, matéria prima indispensável à prática da olaria. Há também quem acredite que a palavra deriva de olleiros, olheiros ou olhos de água, ou nascentes, por se encontrarem algumas fontes na vila.
Em Fevereiro de 1811 ocorreu a passagem de tropas francesas pela vila de Oleiros, na sequência da terceira invasão dos franceses. Um dos grupos de reforço seguiu pela estrada nova, que tinha sido aberta pelo cume das serras, entre as vilas do Fundão e Abrantes, para se reunir ao exército nas linhas de Torres Vedras. Assim que se soube que esta divisão iria passar por esta estrada, a população de Oleiros começou a fugir, de modo a deixar as casas inteiramente desprovidas de vestígios da sua presença. A população retirou-se na direção da margem esquerda do Zêzere, flanqueando a divisão francesa e dirigindo-se para os lugares de Abitureira, Rouco e Cambas.
Com a vinda dos soldados franceses vieram também imensas munições para fornecimento de canhões e espingardas. Os oficiais escolheram para paióis os lugares mais seguros e de mais fácil vigilância, como a Capela de Santa Margarida, dada a sua situação altaneira. A capela ficou repleta de explosivos até ao momento em que os franceses decidiram partir. Mas, ao retirarem-se deixaram lá dentro alguns barris de pólvora e, de seguida, pegaram fogo à capela. Na deflagração foi “levada pelos ares” a imagem da padroeira da capela, Santa Margarida, que acabou por ser encontrada, no sítio que ainda hoje se denomina “horta da Santa”, estranhamente intacta.
Os Oleirenses consideraram o facto como um novo milagre, que sucedeu a um outro que tem sido transmitido de geração em geração desde há séculos. Em tempos, toda a região foi assolada por uma terrível praga de gafanhotos que nada poupavam. O povo começou então a fazer romarias constantes à ermida de Santa Margarida implorando ajuda para um combate que não conseguia vencer. A santa atendeu-os pois algum tempo depois começaram a ver-se grandes filas de gafanhotos encaminhando-se para a ribeira, onde morriam afogados. Oleiros ficou então livre do grande flagelo. Em agradecimento, os seus habitantes decidiram celebrar todos os anos uma grandiosa festa em honra de Santa Margarida, que têm fielmente cumprido.
Nesta terra de tradições, são vários os percursos e rotas pelo meio da natureza que podem deslumbrar turistas e habitantes, dando a conhecer não só a riqueza do concelho, como também da região. Entre caminhadas e banhos nas praias fluviais, são várias as hipóteses para quem quer passar tempos descontraídos de lazer ao redor de paisagens sublimes.
A gastronomia de Oleiros, rica e afamada, inclui variados pratos típicos, como o cabrito estonado, a chanfana, os maranhos as trutas da ribeira grelhadas, o coelho panado e a sopa de castanha. Quanto à doçaria, não deixe provar o bolo de mel, as papas de milho, as filhós, a tigelada e as cavacas, elaboradas segundo receitas ancestrais. Pode acompanhar a sua refeição com a casta única na região, que se estabelece ao longo das margens da ribeira e que dá origem ao Vinho Callum, exclusivo de Oleiros. Devido à abundância de medronheiros na região, existe uma larga tradição na produção de aguardente de medronho.
Fruto de um projeto da Câmara Municipal, os habitantes do município podem usufruir de viagens gratuitas nos transportes públicos até 2027.
O concelho é servido por estradas de acesso que o ligam ao resto do país, e possui infraestruturas básicas de serviços de apoio ao cidadão.
Fonte: Câmara Municipal de Oleiros