Oliveira de Frades é uma terra com um vasto e rico passado histórico, que desde cedo desejou a sua autonomia como município. Com uma área de 147,45 km2 e cerca de 9.506 habitantes (Censos de 2021), este concelho está subdividido em oito freguesias. As Serras do Caramulo, das Talhadas, do Ladário, da Gralheira, os rios Vouga, Alfusqueiro e Teixeira definem os contornos físicos do concelho.
O Rio Vouga, que nasce na Serra da Lapa é o principal curso de água que percorre o Concelho, atravessando o território de várias freguesias. No alto das serras encontram-se vários miradouros e, no fundo dos vales, escondem-se aldeias serranas, de casario escuro e ruas estreitas. O clima agreste, que lhe é conferido pela altitude, e a rusticidade sublime do granito moldam a sua paisagem. O Vale do Vouga adoça essa agressividade climática e fá-lo aproximar de um clima temperado atlântico, agradável quase todo o ano.
Encontram-se ainda traços característicos relativos às atividades do sector primário, como a agricultura, a pecuária e a silvicultura, que constituíram a base da subsistência das gentes do concelho. São também testemunho dessa vivência e economia rural os espigueiros e os moinhos que existem e embelezam o município.
Por todo o concelho proliferam vestígios arqueológicos de um passado longínquo, com uma enorme expressão no que diz respeito ao megalitismo, prova de que ao longo de milhares de anos por aqui passaram e se fixaram diferentes povos, deixando testemunhos de uma prolongada permanência que contribuiu para a humanização da paisagem. Classificados como Monumento Nacional, revestem-se de especial importância o Dólmen de Arca e o Dólmen de Antelas. O último, pelas pinturas a vermelho e negro com mais de 5.000 anos que ostenta na superfície, e fazem com que seja considerada uma "jóia valiosíssima da pintura rupestre europeia".
Da Idade dos Metais, abundam vestígios de castros e fortificações defensivas, como o Murado da Várzea. Contemporâneas da época castreja, podemos encontrar gravuras e insculturas rupestres - sinais gravados em lajes graníticas, das quais se destacam a Pedra das Ferraduras Pintadas, que a população local interpretara como sendo os “pés de todos os animais que havia em outro tempo” (ou a laje onde as “mouras traziam o ouro ao sol”); a Pedra dos Cantinhos, onde, segundo o povo, estão representados moinhos de vento e alfaias agrícolas, como pás, enxadas e gadanhas; e o Rasto dos Mouros, onde se podem observar pegadas humanas e algumas covinhas ou fossetes, que segundo a crença popular, são vestígios deixados pelo “cacete de ferro” dos Mouros.
Ainda desta época, podemos também encontrar sepulturas rupestres escavadas na rocha.
Na via romana, também conhecida por “estrada velha” ou “estrada do peixe”, durante séculos cruzaram-se almocreves, que forneciam de peixe à populações da serra, e peregrinos a caminho de Santiago de Compostela, que na Albergaria de Reigoso encontravam o acolhimento e conforto necessários ao seu repouso. Estes troços bem preservados de calçada romana integravam o trajecto da estrada que ligava Viseu a Águeda.
Também o património arquitectónico é rico, encontrando-se disseminados por todo o concelho, solares e casas apalaçadas. As casas do Brasileiro e as casas de matriz rural beirã reflectem influências diversificadas que marcaram diferentes épocas.
Espalhados pelo concelho encontram-se diversos edifícios e monumentos de cariz religioso, como igrejas, capelas, cruzeiros, estelas funerárias e alminhas. De todos os edifícios religiosos, é de especial importância a Igreja de Souto de Lafões, pelos vestígios românicos do exterior e pela riqueza artística da talha dourada, das pinturas e dos frescos medievais. As festas religiosas e romarias são ainda hoje um reflexo da religiosidade das populações locais, e são também uma atração para pessoas de todo o país.
Mas Oliveira de Frades não é só monumentos e paisagem, O concelho reúne também condições naturais para a prática de diversos desportos de montanha e aquáticos, como BTT, rappel, escalada, pesca, canoagem ou caminhadas que podem ser feitas ao longo dos vários trilhos, através dos quais se pode apreciar a fauna e a flora locais. Não faltam modernas estruturas desportivas e culturais, como o Complexo Desportivo Municipal, onde se concentram as Piscinas Municipais, o Parque Desportivo com os courts de ténis e os campos de futebol e o Pavilhão Desportivo Municipal.
O artesanato, forma de expressão da cultura popular, que está gradualmente a desaparecer, vai sobrevivendo graças à persistência de alguns artesãos, que vão mantendo vivos os seus ofícios, como os de latoeiro, canteiro, carpinteiro ou do fabrico/confeção de peneiras e crivos, de capuchas de burel, entre outros.
Fonte: Câmara Municipal de Oliveira de Frades