Até meados do séc. XX, a venda do pescado tinha lugar em lotas improvisadas no areal da praia.
A comercialização do peixe era de natureza muito primitiva, feita por vendedores particulares, que eram procurados pelos mestres das maiores companhas.
Promulgada a lei que obriga à venda do peixe numa lota construída, surgiu a primeira estrutura de madeira, que mudou várias vezes de local. O peixe era colocado sobre uma bancada tosca e era vendido por funcionários da Junta Central da Casa dos Pescadores, em leilão, por ordem decrescente de preço.
Uma das características deste leilão era a palavra “chui”, que se usava por cá para indicar a compra do peixe. Quando o comprador dava o “chui” recebia uma senha com o número da caixa correspondente, através de uma cana comprida. A Lota da Nazaré foi a primeira lota do país onde o peixe começou a ser vendido ao quilo e não à unidade.
A primeira Lota teve lugar na zona da praia em frente à Rua da Liberdade. Peixes como o goraz, a xaputa e a pescada, eram vendidos sobre palancos, mas a sardinha e carapau já se vendiam em cabazes e xalavares, respectivamente.
A segunda lota, bem como a terceira, ainda tiveram lugar na areia, mas sempre mais a sul que a primeira, devido à necessidade de crescimento da zona de banhos.
Em 1956, a Junta Central da Casa dos Pescadores apresenta o projecto para um novo edifício a ser construído em terreno cedido pelo Município da Nazaré. O interior e o exterior são decorados com painéis de temática piscatória, da autoria de Galhardo e foram fabricados na fábrica Aleluia, em Coimbra.
Este edifício encontra-se localizado na Avenida Manuel Remígio, tendo sido inaugurado a 24 de Dezembro de 1958 e deixado de funcionar a 22 de Março de 1987.
Com a construção do Porto de Abrigo (1983), a Lota passa a funcionar naquele recinto (inaugurada em 29 de Abril de 1987), já com sistema informático de leilão. A “Antiga Lota” deu então lugar ao actual Centro Cultural da Nazaré que abriu as suas portas ao público em 1995, espaço que recebe exposições temporárias e outras actividades culturais.
Fonte: http://www.cm-nazare.pt/