Museu Municipal - Núcleo de Arte Contemporânea de Tomar

O Núcleo de Arte Contemporânea foi criado em 2004, por doação do Professor José-Augusto França. O conjunto de pinturas, esculturas, desenhos e fotografias abrange um arco cronológico que se estende de 1932 à atualidade. Obras de Mário Eloy, Júlio e Almada Negreiros, assinalam o Modernismo do segundo quartel do século XX. O Surrealismo tem um lugar de destaque com um significativo número de trabalhos, produzidos a partir do Grupo Surrealista de Lisboa, onde se contam nomes como António Pedro, Vespeira, Fernando de Azevedo ou Fernando Lemos. O Abstraccionismo e a eclosão da Nova-Figuração estão igualmente representados com obras de Fernando Lanhas, João Cutileiro, Joaquim Rodrigo, Noronha da Costa, entre outros. Completa a coleção, a variada produção que marca o final do século até aos dias de hoje. Coleção: Constituída por mais de duas centenas de obras de arte contemporânea portuguesa, o Núcleo integra peças de escultura, pintura, desenho, fotografia. Reunida por José-Augusto França, a coleção espelha bem as relações de trabalho e de amizade que foi estabelecendo durante mais de sessenta anos de atividade como crítico e historiador de Arte. O conjunto de obras mais antigas da coleção, datadas do segundo quartel do século XX, anuncia a liberdade criativa, num registo expressionista e poético, que será fundamental no movimento surrealista do final da década de 40. O Surrealismo está representado na coleção com um significativo número de obras do final da década de 40 e início da de 50. São obras produzidas a partir do Grupo Surrealista de Lisboa, onde se contam nomes como António Pedro, Fernando de Azevedo, Vespeira, Moniz Pereira e Fernando Lemos. Neste contexto, pela inovação plástica que representam, salientam-se as fotografias deste último, ou as produções de Fernando de Azevedo e de Moniz Pereira, que através do automatismo surrealista configuram a passagem da pintura figurativa para o abstracionismo lírico. Uma obra de Fernando Lanhas ilustra a linha do abstracionismo geométrico. Das décadas de 60 e 70, a coleção integra um conjunto de obras representativas do novo fulgor figurativo. A figura, entendida em sentido lato, recupera o protagonismo. Nesta tendência, destacam-se as produções do Grupo KWY: René Bertholo, Lourdes Castro, José Escada, Costa Pinheiro e João Vieira; ou as vias muito pessoais desenvolvidas por Ângelo de Sousa, Joaquim Rodrigo, Noronha da Costa e João Cutileiro – com a maqueta em mármore do polémico D. Sebastião que projetou para Lagos – na construção da nova-figuração. A variada produção que marca as últimas décadas do século XX e o início do século XXI está representada com obras de Jorge Martins, Manuel Casimiro, António Sena, José de Guimarães, Ana Vidigal, entre outros. José de Guimarães e Eduardo Nery assinam respetivamente a escultura e o painel de azulejos que figuram no exterior do Núcleo, contribuições plásticas que os dois artistas realizaram propositadamente. Espaços: Em pleno Centro Histórico de Tomar, o sítio do Núcleo de Arte Contemporânea foi quintal da residência de um D. Prior do Convento de Cristo, que a ele acedia por um passadiço lançado sobre a Rua de Gil de Avô. Rezam testemunhos documentais, que, essa morada, de feição renascentista, fora a casa de João de Castilho – arquiteto principal do Convento de Cristo – posta à venda pela viúva, por a tristeza, nela, a não deixar viver. O edifício, hoje existente, foi construído para habitação no princípio do século XX, em linguagem que o aproxima da casa portuguesa à Raul Lino. As duas residências, uma por cada piso, foram completa- mente remodeladas, com o sótão, em projeto oferecido pelo arquiteto Jorge Mascarenhas. Um curioso artifício – criado por Miguel Ângelo para a Biblioteca Laurentina (Florença, Itália) – incentiva a subida ao segundo andar, através das escadas que, vistas de cima, estranhamente se alongam. A área expositiva, com cerca de 500 m2, aproveita parte dessa peculiar comunicação vertical, que também alberga o espaço de acolhimento e articula os atuais três pisos, igualmente servidos por elevador, e quase completamente ocupados com a coleção que se anuncia no exterior, em obras de grande dimensão. A conceção dessas obras – Árvore Azul de José de Guimarães e Modulação Luminosa X de Eduardo Nery – foi oferecida pelos artistas, que propositadamente as criaram para o Museu. Morada: Rua Gil de Avô 2300-580 Tomar | PORTUGAL Tel.: (+351) 249 329 814 museologia@cm-tomar.pt Fonte: Câmara Municipal de Tomar

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